terça-feira, 23 de abril de 2013

Crônica - Eleições



A MESMA PRAÇA, O MESMO BANCO




Marta Suplicy no horário eleitoral da TV: alguém ainda aguenta? 



Um palhaço, uma guerrilheira, um vampiro, um hippie velho. Sem esquecer a natureba, o turco ladrão, o Quércia (que em si já é uma caricatura) e – o horror, o horror! – Marta Suplicy e Netinho de Paula.

Estas são algumas de nossas opções para as próximas eleições – quando escolheremos o novo Presidente da República, além de nossos futuros governadores, senadores e deputados federais, estaduais e distrital (no caso de Brasília). E durma-se com um barulho desses, pois, se isto fosse um filme, o elenco inteiro estaria reprovado.

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Já reparou como gostamos de circo?

Não, é sério: gostamos de circo, mesmo. Com lona, algodão-doce, bestas se equilibrando em bolas e tipos circenses por todos os lados.

Intriga-me de longa data o fato de nossas eleições sempre terem essa cara de “Zorra Total” ou “A Praça É Nossa”, com tipos ridículos entrando e saindo do vídeo, dizendo sandices, prometendo o Céu e mais um pouco.

E a pantomima: a viadagem de um, o sotaque turco de outro, o look “Dr. Gori” da Marta Suplicy e os erros de Português de Lula, a grande besta inculta.

Parece coisa do Max Nunes ou, sei lá, dos Irmãos Marx.

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Coincidência ou não, só elegemos “figuras”: sindicalistas, escritores, artistas, mulheres-frutas, o escambau; enquanto, nos países desenvolvidos da “gringa”, o povo vota em gente preparada: via de regra, em administradores.

Será que este não é o “eixo da rolimpinha” para fazer a máquina mudar? Talvez, se adotássemos uma postura mais crítica quanto a quem nos representa, tudo fosse diferente. Pense bem: você delegaria ao Tiririca a administração do seu condomínio? Compraria um carro usado do Paulo Maluf? Convidaria Lula para escrever sua biografia? Escolheria Marta Suplicy para ser mãe dos seus filhos (antes de responder, considere seus antecedentes...)?

Óbvio que não: ninguém quer essa porcaria na vida privada. Então, por que tê-la na vida pública, o que é mil vezes pior?

E não contemos com a perspicácia da mídia especializada para nos indicar o caminho: Zé Simão, colunista-macaco da Folha de São Paulo, apelidou Geraldo Alckmin de “picolé de chuchu” porque o candidato não tinha o “carisma” esperado de um político brasileiro.

Ou seja: em nosso país, quem supostamente “entende do babado” também acredita que político precisa ser personagem – preferencialmente, palhaço. Do eleitor ao analista político, não se salva ninguém.

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Ou antes: se salva, sim!

Tem um monte de gente jovem que visita o “Baú do Edu” atraída pelas notas sobre filmes e música ou pelo viés “palhaço” do mantenedor (que, felizmente, não concorre a nenhum cargo público). Pois essa gente jovem pode mudar todo o esquema.

Não é idealismo barato – é fato: se um maluco não tivesse tido a ideia de inventar a lança, ainda estaríamos queimando a floresta toda para comer javali assado.

Portanto, caríssimo ser imberbe, com disposição de sobra para mudar o mundo: nas próximas eleições, não vote em personagens. Vote em candidatos com capacidade administrativa, pois a força motriz da vida não é o riso – e sim a ordem, seus direitos assegurados, sua dignidade nesta e nas próximas fases da vida.

Que os palhaços, hippies, bolchevistas e naturebas sejam relegados ao seu lugar de direito:

O banco da Praça.