Crônica - "O Capitão Stress"

NEM PÁSSARO E NEM AVIÃO: VEM AÍ O CAPITÃO STRESS!

Contra a tirania e novos CDs do Latino: brasileiro nato, o Capitão Stress é a única esperança do nosso povo!

Todos os meus amigos trintões e quarentões têm um herói favorito. E eu não tenho nenhum. Não sei nada sobre o Batman, o Super-Homem ou o Flecha Verde – mas, como qualquer "menino" de meia-idade, também preciso de heróis!

Bem, meus problemas acabaram!

Tem um herói novo pintando na área. Ele é brasileiro, iludido, fodido e mal pago – o pacote completo. Mas não se cala diante das adversidades, das injustiças e (principalmente!) das pesquisas de opinião pública.

É verdade que são parcos os seus “superpoderes” – também, o cara é brasileiro... a gente tem que dar um desconto. Os heróis da gringa têm o apoio de organizações secretas e do governo – enquanto, aqui, o policial enfia Santinho no sapato e faz promessa a São Longuinho para encontrar criminosos procurados. Mas, apesar de meio tacanho e reacionário (como qualquer super-herói), ele tem atitude – e ele diz verdades! Pra mim são credenciais suficientes para gastar R$ 10 paus em um gibi.

Enquanto a revistinha do CAPITÃO STRESS não chega às bancas, a gente se satisfaz com um aperitivo de seus feitos. Go, Capitão Stress, go! Ignore o Ibope, peite as instituições cafajestes que dominam este país e siga em sua luta contra a burrice, a falta de ética e o senso comum (que, no Brasil, costuma errar feio...).

Sem você, o meu povo não tem esperanças!

PERFIL

Nome verdadeiro: desconhecido.

Histórico: assalariado brasileiro, o Capitão Stress não votou em Lula em nenhuma eleição. Mesmo assim, aguenta este néscio no poder há dois mandatos. Mestre em habilidades como: desviar-se de enchentes na Marginal Tietê e manter em dia o IPTU e o IPVA, apesar do ridículo salário que ganha, nosso herói é perito em discutir com atendentes da NET e da Telefônica quando tem seus direitos aviltados.

Depois de enfrentar grandes dissabores, como a inspeção veicular obrigatória, encontrou uma entidade espiritual que se apresentou como “Deus” e que lhe propôs um pacto: se quisesse evitar a condenação de precisar assistir às finais do Big Brother Brasil e ouvir os CDs do Latino, teria que praguejar “setenta vezes sete vezes” contra as calamidades públicas e privadas do Brasil. 

Superpoderes: Ele surta! Ele grita! Ele bufa!

Arquiinimigo(s): Boninho-Abomination, Lula Luthor, Poison Pitty, Mulher-Gimenez, Coronel Sarney, SenoRa’s Abravanel Al Ghul, Família Su-Pli-Cy, Tião Gavião Bueno, Zezeca Urubu di Camargo, Imperador Poupatempo, Mumm-Ratinho e Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse (Zé Dirceu, José Genoino, Aloizio Mercadante e Dilma Roussef).

Música-tema (para ser cantada ao som de “Homem de Ferro”, a versão dublada da TV brasileira):

"Nosso herói tira onda

Que é frentista em Cubatão!

Mas também é CAPITÃO STRESS!

Elétrico! Atômico! Genial!

É linha dura! CAPITÃO STRESS!

É linha dura! CAPITÃO STRESS!"

MÁXIMAS DO CAPITÃO STRESS:

“Andar de bicicleta para aliviar o trânsito? Você comeu cocô ou bateu a cabeça quando era pequena, menina?” (em bate-boca com a subprefeita da Lapa, Soninha Francine).

“É só outro arrombado do Sul querendo provar que é macho pacas.” (sobre o “BBB” Marcelo Dourado).

“Roqueira baiana? E desde quando isto existe?” (sobre o novo disco da Pitty)

“Esse rapaz ainda é virgem? Mas por quê?!” (provocando a ira dos fiéis em um show do Padre Marcelo).

“Ela não tem talento algum. E engordou muito desde 1976.” (sobre a atriz Susana Vieira).

“Soube que o marido dela é mágico. Quanto será que ele cobra pra fazer ela sumir?” (sobre a atriz Susana Vieira).

“Verão é o cacete! Quero comer fondue, beber vinho e usar o meu sobretudo.” (sobre a recente onda de calor no sudeste brasileiro)

“Está brincando que aquilo procriou?!” (sobre Dado Dollabela).

“Osama, Obama, Yakisoba... É tudo a mesma coisa.” (sobre política internacional).

“Lula não existe. Lula é só o ex-presidente FHC disfarçado de louco de rua.” (elaborando sua “Teoria da Conspiração”).

“Se eu sou sensível? É claro que sou! Encoste um fio desencapado em meu molar e você verá lágrimas em meus olhos.” (tentando ser moderno).

“O que este país precisa é de indústria... Indústria de borracha pra fazer cacetetes e dar no lombo dessa corja!” (sobre os movimentos sindicais).

“Silvio Santos vem aí... Silvio Santos vem aí... É agora, turma! Abram fogo! Pegamos o homem!” (fazendo sua parte para melhorar o nível da TV brasileira).

“Aquilo é um anão de peruca e sandália Melissinha. Acreditem em mim.” (sobre a vilã-criança da novela das oito).

“Daqui a pouco eles descobrem o fogo e inventam a roda.” (sobre os desbundados que aplaudem o sol na Praia de Copacabana).

“Mas você é viado ou o quê?” (interrogando o apresentador e jornalista Pedro Bial)

“Esse rapaz precisa cortar o cabelo. Parece até aquelas atrizes dos filmes indianos.” (sobre Zeca Camargo).

“Mas essa moça faz o quê? Quer dizer, qual é a profissão dela? O que consta na carteira de trabalho?” (sobre a atriz, apresentadora, blogueira e modelo Luana Piovani).

“Ele não tinha morrido?” (ao ver o Dr. Drauzio Varella na TV).

“Tô surtando..! Tô surtando..!” (atrasado para um compromisso importante porque manifestantes pararam a Avenida Paulista em plena segunda-feira).

“E todos eles DEM a bunda?” (levantando informações sobre o partido do Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab).

“Se você voltar a me envergonhar no exterior, juro por Deus que corto seu outro dedinho!” (repreendendo o Presidente Lula por outro vexame diplomático).

“Matei José Serra em 1942. Lembro-me muito bem porque, na ocasião, usei estaca e água benta.” (teimando que o Governador de São Paulo é um morto-vivo).

“Quanto é o programa? Você faz anal?” (interrogando a modelo e apresentadora Daniela Cicarelli).

“Vagabundo! Vagabundo! Vagabundo!” (interrogando o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab).

“Avatar? Nunca ouvi falar.” (causando espanto em uma fila do Cinemark).

“Ela não tinha morrido?” (ao ver Glória Maria no programa Amaury Jr.)

“Eles não tinham morrido?” (ao ser informado que os Backstreet Boys fariam uma nova turnê em 2008).

“Ele não tinha morrido?” (ao assistir à cena da ressurreição em outro filme sobre Jesus Cristo exibido na Rede Record).

“Olha que eu surto! Olha que eu surto!” (ao saber que criaram o “bolsa-assaltante”, que beneficiará filhos de presidiários).

“Incrível! Conseguiram deixar esse troço com gosto de sacarina outra vez. Quem comanda essa companhia?!” (sobre a nova Coca Light).

“Recuem, bastardos! Recuem ou espalho seus miolos pela calçada!” (ao colidir com uma Micareta que vinha no sentido contrário).

“Se fosse minha filha, eu dava um murro no estômago. Com todo amor, mas dava!” (aconselhando Gilberto Gil sobre a educação de sua filha, Preta).

“Não é à toa que chamam aquilo de ‘Baía dos Porcos’!” (ao ver, na TV, imagens de Lula e Fidel caminhando na praia).

“Ele é bom, mas não duraria cinco minutos em Sapobemba.” (sobre Jack Bauer).

“O prepúcio do meu pau também é obra de Maluf? Responda, turco míope, filho da puta!” (interrogando Paulo Maluf).

“Este aí vai frigir no inferno. Espero que ao lado de Ozzy Osbourne e banda.” (sobre o Vereador Carlos Apolinário, do DEM, que quer abrandar a Lei do Silêncio em São Paulo para favorecer os templos evangélicos).

“Jesus não é surdo, seus arrombados! Abaixem essa música horrível! Já são 23h00 e amanhã se trabalha!” (acabando com um “barraco evangélico” na casa de seu vizinho, o Vereador Carlos Apolinário).

“Vagabundo! Vagabundo! Vagabundo!” (sobre o Vereador Carlos Apolinário).

“Mas ela tem um programa só porque chupa o pau do dono da emissora? Ela não sabe cantar, atuar... Não tem nenhuma função social?” (sobre a apresentadora Luciana Gimenez).

“Como assim, a Interpol está procurando o Maluf? Ele tem endereço fixo! É só ir até lá e tocar a campainha. Eu mesmo posso fazer isso!” (sobre a polícia internacional).

“Não é ‘MENAS’ farinha... É ‘MENOS’ farinha! Meu Deus! QUE VELHA BURRA!” (interrogando a apresentadora Palmirinha).

“Mas se vocês desafinam, por que escolheram a carreira de cantores? Por que não aprenderam a arar a terra, alimentar os bois, essas coisas?” (interrogando os músicos Zezé di Camargo e Luciano). 

“Eu pensava que ‘Direitos Humanos’ fossem os da pessoa que levou o tiro, não de quem efetuou os disparos. Tenho cinco minutos. Expliquem esse raciocínio pra mim.” (sobre a política de Direitos Humanos no Brasil).

“Mas vocês entendem que só soltar pombas e abraçar a Lagoa Rodrigo de Freitas não vai dar em nada, não é?” (interrogando os dirigentes do Movimento “Eu Sou da Paz”).

“Cale-se agora ou não fale para sempre!” (apontando um míssil Stinger para a dançarina e apresentadora Carla Perez).

P.S.: É isso aí: mais que o Super-Homem ou o Batman, eu dormiria melhor se o cara aí de cima fosse o guardião da Metrópolis tupiniquim onde sobrevivo. Para o alto e avante, Capitão Stress!